O lobo cinzento.
Um navio esburacado ancorou em meu rio, esatava de noite e mal conseguia enxergá-lo sob a luz da lua, sua cor era tão escura quanto o céu noturno. Me aproximei lentamente, curiosa com o visitante, minha ilha era solitária, moravam eu e o ancião coelho, quem estava preso numa onda de auto-isolamento, de onde eu estava não era possível ver quem navegava por tamanha carcaça de madeira, então sentei ao pé de uma árvore e esperei. Eu não sabia o que esperava, mas tinha a sensação de que estar ali poderia me dar algumas respostas. O navio me lembrava o passado e rever algo tão querido era reconfortante, me abastava de sentimentos bons e por alguns instantes eu não estava mais buscando saber quem desceria de lá, mas me aconchegava nas sombras pensando que um dia, quem sabe, meu pirata fosse retornar. Os sonhos estavam quase me encantando quando senti uma respiração ofegante bater em direção de meu rosto, era quente e o cheiro não agradava ninguém. Abri os olhos receosa e o arrependimento...