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Mostrando postagens de agosto, 2024

Ao meu eterno pirata,

 Dedico estas solenes palavras como um pequeno soneto melódico em resposta á minha saudade revigorante, os dias tem sido lentos sem ti por aqui conosco. Algumas flores cantam em teu nome ao amanhecer, pois reconhecem teu estrondoso barco repuxando as nuvens e decorando nosso céu com tuas cadentes estrelas-mães, todos clamamos por teu retorno, principalmente eu (ainda que eu não queira admitir tal coisa). Poucas são as noites que o teu vazio não se faça presente em nossa ilheta, confeitar tortas de carambola sem que algum dedo intrometido aparecesse de repente em minha janela. Não posso esperar para saber de tuas aventuras por esses lados da maré e, creio eu, que elas sejam as das mais intensas! Lembro-me bem das tuas histórias, eu nunca soube se elas vinham de teus livros, ou das rodas que os antigos coelhos montavam em torno das fogueiras enquanto acendiam teus pesados cachimbos. Nunca estive por essas confraternizações calorosas, a fumaça insistente grudariam por meus bigodes e, ...

Querido alguém,

 Escrevo-te como súplica para que recolha minhas angústias! Estou, hoje, em delírio constante, sem saber onde colocar meus pés. Ando lendo todos os tipos de palavras que se apresentarem aos meus olhos, como a boa devoradora de frases que sou, mas nada me satisfaz. A fome pelo inexistente corrompe minh'alma e não encontro o sabor derradeiro nem mesmo nos mais infames textos publicados, ao que lhe envio esta carta escrita em uma pausa cansada dessa longa leitura que está sendo Lolita. Como posso dizer isso? Não sei bem com o que estou lidando, nem que tipo de criação tenho em minhas mãos, mas algo assombra os meus pensamentos enquanto cada palavra se forma, percorro os parágrafos mais cruéis deste local e, Santo Cristo, não entendo o cérebro de Nabokov, é atormentador. Uma das poucas coisas que me orgulho é não soltar até que tenha terminado, mas sinto que em breve deixarei essas páginas fugirem para longe, bem longe! Portanto, meu caro, peço-lhe um pouco de continuidade. Para que eu...